Jornalismo e Copywriting: que paralelismos?

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Jornalismo e Copywriting: que paralelismos? Há pontos comuns entre a profissão de jornalista e a profissão de copywriter? Que bagagem pode um jornalista trazer ao Copywriting? A voz da experiência na primeira pessoa!

Transições profissionais e “bagagem”

Mudar de área de atividade profissional é um pouco como mudar de casa. Sabemos que vamos levar tudo connosco, mas dentro dessa bagagem umas coisas são mais importantes que outras. Por isso é que, quando chegamos à casa nova, colocamos perto de nós aquilo que vamos utilizar mais vezes, arrumando tudo o que não é essencial na despensa.

Certamente que há transições profissionais mais complicadas de conceber, como, por exemplo, um decorador de interiores ir trabalhar para uma serralharia. Esta, que vou desenvolver em seguida, versa duas áreas que até acabam por se complementar: o jornalismo e o copywriting.

Vinte anos de experiência como jornalista permitiram-me adquirir e consolidar um método de trabalho eficiente. Através dele, as minhas peças jornalísticas tinham sempre princípio, meio e fim. Começavam por uma pesquisa minuciosa, seguindo-se a realização da entrevista/reportagem e a montagem do produto final. Essa estruturação foi fundamental para a prossecução do meu trabalho, atribuindo-lhe rigor, sustentabilidade e ética.

Palavra-chave: pesquisa

Chegado ao copywriting, tendo bem presentes estes métodos e conceitos adquiridos no jornalismo, é fácil traçar paralelismos entre as duas atividades. A palavra-chave que mais rapidamente comprova essa aproximação é “pesquisa”. É indispensável um jornalista ir devidamente preparado e documentado para uma entrevista ou uma reportagem. No copywriting, esse trabalho prévio é essencial para uma melhor e mais eficiente produção de conteúdos.

Em ambas os casos, é imperativo não cair de paraquedas num determinado contexto, sem conhecer nada nem ninguém. Dessa forma, o nosso trabalho nunca terá a eloquência ou a profundidade que a audiência pretende. Ao invés, se formos respaldados por uma pesquisa rigorosa, teremos sempre várias abordagens para encarar a tarefa que temos pela frente. Não descurando nunca a atratividade de um título apelativo e estimulante, que “agarre” o leitor e o leve a ler o nosso conteúdo.

Um pouco de experiência profissional

Apesar de ainda não ter 50 anos, ainda sou do tempo do jornalismo sem internet. Nos anos 90, no início da minha atividade, o trabalho de pesquisa era absolutamente diferente. Na altura, fazia as minhas investigações sobre a pessoa ou entidades que ia entrevistar em edições antigas do jornal onde trabalhava. Folheei centenas de edições, à procura do meu “alvo”, apontando numa folha A4 as informações que julgava mais pertinentes.

Anos depois, já com essa indispensável ferramenta chamada internet, esse trabalho de pesquisa tornou-se mais rápido e mais eficiente. Essa maior facilidade não apagou, porém, a necessidade premente de se fazer um estudo prévio sobre a matéria da peça jornalística.

Tratando-se de uma entrevista, procurava saber os dados mais relevantes da biografia do entrevistado. Aqui, será vital saber que cargos ocupa ou ocupou, que responsabilidades tem na atualidade e reunir afirmações contundentes proferidas anteriormente. Se o trabalho jornalístico versar uma entidade, associação, empresa ou coletividade, o jornalista terá de se munir do máximo de informação possível sobre os mesmos.

Nesta fase, compreenderão que o número de horas dedicadas à pesquisa é largamente superior ao despendido na realização da peça jornalística. Pode demorar muito mais, mas esse estudo prévio “escreve” metade do artigo e também essencial na preparação de um copy.

Boa investigação = boa criação de conteúdos

Todas estas práticas adquiridas no jornalismo, encaixam de forma perfeita no copywriting. Agora, não estamos a escrutinar políticos ou entidades, mas sim empresas, a sua concorrência e o público-alvo que se pretende atingir.

Qualquer ordem de serviço que caia na minha secretária terá, invariavelmente, que começar por uma consulta prévia sobre a missão, os valores e a visão da empresa/cliente. Se não os entendermos, não teremos ângulos de abordagem à mensagem que se pretende fazer passar. Na posse dessa informação, saberemos exatamente como vamos “dialogar” com a audiência do nosso cliente.

Sempre ouvi dizer que um bom jornalista é, acima de tudo, um bom pesquisador. Com a internet, essa vertente está ainda mais facilitada, porque a informação está acessível de uma forma muito rápida.

Jornalismo e Copywriting

No copywriting, a metodologia é idêntica: uma eficiente e empenhada pesquisa coloca-nos dentro do assunto, para escrevermos de dentro para fora. Uma boa análise ao produto que estamos a tentar vender, permite-nos até explorar pequenos detalhes que podem fazer a diferença na altura da decisão. Um exemplo disso é um estabelecimento de alojamento local que permite a entrada de animais de estimação. Acreditem que, em férias familiares, este pormenor é muito importante.

Como jornalista, é crucial colocarmo-nos na pele do leitor, facilitando-lhe a leitura e fornecendo informação pertinente, clara e concisa. Como copywriter, teremos de vestir a pele do cliente, procurando evidenciar os argumentos que estes mais procuram num determinado produto ou serviço. Sempre com muita criatividade e imaginação, porque um bom copywriter também gosta de fazer “malabarismos” com as palavras.

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