A Voz Aos Estagiários!

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Desde os primeiros anos, a ABC sempre esteve recetiva ao acolhimento de estagiários vindos das diversas universidades portuguesas e estrangeiras. No passado dia 29 de abril, a nossa Estagiária Marta Sousa (da Universidade de Aveiro) concluiu o seu estágio na ABC e pedimos-lhe para fazer um balanço. Fica aqui o seu contributo:

Durante três ou cinco anos, vamos diariamente à Universidade com o intuito de aprender e desenvolver melhor as ferramentas necessárias para nos transformarmos em bons profissionais. Durante esses anos, tentamos sempre perceber como funciona, não só o ensino, mas também o mundo do trabalho do setor no qual vamos entrar.

 

São – como muita gente diz e, para os estudantes, se torna difícil de acreditar – os melhores anos da nossa vida! Na Universidade, além de aprendermos a teoria do trabalho que vamos realizar mais tarde, fazemos amigos para a vida e crescemos enquanto indivíduos.

 

Chegamos à Universidade a pensar que já somos crescidos, que não nos vai custar viver sozinhos e estar afastados da família, e quando nos damos conta, temos a casa meia desarrumada e andamos uma semana seguida a comer massa com atum, porque, afinal, não somos assim tão independentes como pensávamos…

 

Chega um dia em que nos cansamos de “viver” assim e decidimos arriscar e fazer outros pratos e tratar da casa, e este é o dia em que começas a crescer enquanto individuo.

 

Nas aulas, sentimos, de facto, que estamos a aprender algo novo; mas também sentimos que há cadeiras que não fazem sentido no curso que estamos a fazer (mas, o que sabemos nós, meros alunos, quando comparados com os professores?!). Continuamos a ir às aulas, e, em determinada altura, sentimos que já não estamos a aprender nada de novo, e que, na verdade, a matéria que estamos a dar é a mesma que demos em anos anteriores, mas explicada de maneira diferente.

 

Entretanto, e sem darmos por isso, já se passaram quase cinco anos e está na altura de decidir se queremos estagiar ou optar por outro método de avaliação final. Eu, como sempre acreditei que o estágio seria uma ótima maneira de me familiarizar com o mundo do trabalho, optei pelo estágio como método de avaliação.

 

Cheguei à empresa, ciente de que haveria muita coisa que não saberia fazer. E sempre com vontade de aprender. E logo após dois ou três dias de estágio, apercebo-me de que nesses dias fiquei a conhecer atividades que um tradutor tem de realizar, e das quais não ouvi falar durante os quase cinco anos que passei na Universidade.

 

Seguem-se algumas das tarefas que aprendi a realizar e as quais nunca foram abordadas em contexto universitário:

 

– A orçamentação;

 

– O cálculo da produtividade;

 

– A realização de alinhamentos para importação em TM;

 

– Competências de revisão linguística e adaptação.

 

E a lista poderia continuar…

 

No primeiro fim-de-semana do estágio, pensei bastante sobre o porquê de isto acontecer. Cheguei à conclusão de que a culpa não é das Universidades nem dos professores, mas sim dos poucos recursos de que dispõem e do pouco conhecimento que têm sobre o mundo do trabalho para o qual estão a ensinar. Esta questão não acontece apenas no curso de tradução; acontece em muitos outros, e, na verdade, não há ninguém que se possa culpar, porque os professores fazem o melhor que podem, com o pouco que têm.

 

Uma vez no mundo do trabalho, percebemos rapidamente que se queremos evoluir e melhorar enquanto profissionais, temos de abraçar mais do que a profissão para a qual estudámos, e dar o nosso melhor a cada desafio que nos coloquem.

 

Eu escolhi o estágio na ABC como método de avaliação e não poderia estar mais satisfeita. Na ABC, além de me sentir em constante evolução e saber que há sempre mais a aprender, não tenho dúvidas de que o ambiente familiar com que fui recebida na empresa contribuiu para a minha vontade de evoluir, não só enquanto tradutora, mas também enquanto pessoa.

Marta Sousa

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