Unbabelize-se?


Dizem que vão revolucionar o setor da tradução em linha…
Devem o/as tradutore/as e as empresas de tradução “convencionais” temer a startup de Sillicon Valley?
Nas últimas semanas, as notícias veiculadas na imprensa sobre a criação da “Unbabel” (portuguesa, por sinal) geraram alguma polémica na classe profissional e empresarial do/as tradutore/as (leia-se “profissionais a sério”…).
Combinar um software de tradução automática com uma “comunidade” de revisores… Dizem que a ideia é boa e que lhes valeu o acesso a Silicon Valley. “Boa”, é discutível. Original, não é, com certeza. Escusar-nos-emos de fazer aqui publicidade às outras iniciativas semelhantes que resultaram em fracasso. Assim como pouparemos o leitor às habituais críticas ao Google Translator de que o ciberespaço está cheio.
Dizem que é uma espécie de cruzamento entre o Google Translate e a Wikipedia… Conhecendo a credibilidade das duas ferramentas, diríamos que a definição é boa.
Têm, pelo menos, o mérito de conseguir rivalizar com a tabela das custas judiciais portuguesa: 2 cêntimos de dólar por palavra…
Bem, mas como o nosso papel aqui é “acalmar as hostes”, informamos que uma das nossas colaboradoras enviou para lá um pequeno texto para testar essa maravilha da inovação. Resultado: “Não satisfaz e precisa de nova revisão”. Admirado/as?
Todo/as o/as profissionais da tradução sabem bem o que implica um trabalho de revisão. Não raras vezes, o tempo excede o de uma nova tradução, é uma tarefa inglória e desgastante. Se vão cobrar a tarifa acima indicada ao cliente final, quanto pagarão ao/às revisore/as? Queremos acreditar que não haverá mão de obra disponível. Acreditamos que os resultados alcançados nunca serão satisfatórios para uma clientela que se quer cada vez mais exigente.
Tradutore/as, revisore/as, clientes… É de homens e mulheres que se trata. Não de máquinas.

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