15 Anos!


Esta foi a comunicação proferida por Ana B. Cabral no dia 30 de Setembro de 2011, Dia Mundial da Tradução e 15.º aniversário do Gabinete ABC, na Universidade de Aveiro, aquando da iniciativa “Semana das Línguas e das Relações Empresariais”. O público era essencialmente composto por alunos do curso de Tradução e futuros tradutores.

Bom dia a todos.
Antes de começar, gostaria de agradecer ao Departamento de Línguas e Culturas o amável convite para vir celebrar este dia convosco.
O Gabinete ABC abriu as suas portas, simbolicamente, no dia 30 de Setembro de 1996, em Viseu. Pois é, o Gabinete ABC faz hoje 15 anos!
Juridicamente, a empresa é uma sociedade unipessoal e conta, além da sua sede em Viseu, com duas representações comerciais: uma em Lisboa desde 2006 e outra em Viana do Castelo desde 2009 (esta última também inaugurada no dia 30 de Setembro). Além das 3 colaboradoras permanentes, contamos ainda com cerca de 35 colaboradores externos, entre Tradutores, Intérpretes, Formadores, Hospedeiras e Transcritores (sendo o número maior o dos Tradutores, obviamente).
Já o depreenderam, a empresa dedica-se à Tradução, à Formação e à Organização de Eventos, mais ou menos por esta ordem de importância.
Deixarei para o fim o departamento que mais nos interessa aqui explorar e apenas direi algumas palavras sobre eventos e formação.
No respeitante à Organização de Eventos, os serviços mais solicitados são os de Hospedeiras, Secretariado e Protocolo.
O Departamento de Formação organiza sobretudo cursos linguísticos para fins profissionais, em modalidade presencial e de e-learning. Nos últimos dois anos, temos sido muito procurados por profissionais de saúde (fisioterapeutas, dentistas e enfermeiros) que pretendem emigrar, sobretudo, para a Bélgica, a Suíça, a França, a Alemanha e o Reino Unido. O N/ centro de formação é recomendado por algumas das principais agências de recrutamento e encontra-se em fase de certificação pela DGERT. Esta valência, na modalidade presencial, funciona apenas em Viseu e Viana do Castelo. Direi apenas, para completar e em jeito de “dica”, que a maioria dos N/ Formadores são também N/ Tradutores com experiência comprovada nas áreas específicas de formação.
Passando agora ao Departamento de Tradução, gostaria de começar por dizer que as características de uma empresa desse sector acabam por ser ditadas pelas características socioeconómicas do local (ou locais) onde está implantada e pelo perfil académico e linguístico dos seus fundadores. No caso da N/ empresa, cerca de 60% do trabalho produzido insere-se na categoria da Tradução Jurídica e, dentro desta, destacam-se as áreas do Direito da Família (Divórcios e Regulação do Poder Paternal), do Direito Comercial (Contratos), do Direito Internacional (Cartas Rogatórias e Mandados) e dos Registos e Notariado (Certidões e Procurações). Outras áreas de destaque são:
– A Tradução de Manuais Técnicos;
– A Tradução de Sítios na Internet;
– A Tradução de Certificados Académicos;
– A Tradução de Resumos de Teses;
– A Tradução de Artigos Científicos;
– A Tradução de Relatórios Médicos;
– A Tradução de Relatórios de Contas;
– A Tradução de Cartas de Conforto e de Boa Execução, e de Cadernos de Encargos para Concursos Públicos.
Quanto a Línguas de Trabalho, os principais pares são, por ordem:
– O PT > FR;
– O PT > EN;
– O FR > PT;
– O AL > PT;
– O PT > AL;
– O EN > PT;
– O PT > ES;
– O ES > PT.
Também temos, em menor número, solicitações em Neerlandês, Italiano, Ucraniano, Russo, Romeno, Chinês Mandarim, Checo e Búlgaro.
Além da Tradução Escrita, uma das N/ principais áreas de intervenção é a Interpretação Simultânea e Consecutiva. A título de exemplo, no momento em que vos falo, temos duas equipas de Intérpretes a trabalhar: uma equipa de 8 Intérpretes (PT-FR-ES-AL-IT) na Convenção Anual da AXA, no Parque das Nações, e uma equipa de 2 Intérpretes (PT-EN) na Assembleia-geral da APCOR na Fundação Champalimaud, também em Lisboa. Estamos aqui a falar de Interpretação de Conferência.
A Interpretação Consecutiva é sobretudo solicitada por tribunais, aquando de audiências com intervenientes estrangeiros. Devo contudo referir que é um serviço que estamos paulatinamente a abandonar, dadas as dificuldades de pagamento por parte do Instituto de Gestão Financeira da Justiça e de reconhecimento das N/ tarifas, apesar das recentes intervenções da APT e da Associação Portuguesa de Tradutores e Intérpretes Jurídicos.
Ocasionalmente, também somos chamados por cartórios notariais aquando de procurações ou escrituras com intervenientes estrangeiros, e por empresas ou instituições que organizam reuniões de negócios com participantes estrangeiros.
Na N/ opinião, é aliás na formação de Intérpretes onde residem as maiores lacunas e onde estão as maiores oportunidades.
Oferecemos também serviços de apoio no preenchimento de formulários e na redacção de cartas junto de reformados que desenvolveram actividade profissional enquanto emigrantes; sobretudo em língua alemã, francesa e inglesa. Recordo que Viseu é a capital de um distrito onde nos anos 60 e 70 se registou uma acentuada vaga de emigração para a França, a Alemanha, a Suíça e o Reino Unido.
No que se refere à organização e à gestão do Departamento de Tradução, são assegurados internamente 8 pares de línguas: PT <> FR, Al <> PT, EN>PT, ES>PT, EN>AL e EN>FR. Devo especificar que duas tradutoras internas, eu própria e outra colega, são bilingues, isto é, com duas línguas maternas. Os restantes pares de línguas são assegurados pelos N/ colaboradores externos, seleccionados de uma base de dados que designamos de “Lista de Prioridades” seriada por especialidade, anos de experiência/ antiguidade (como colaborador do Gabinete) e tarifa praticada. Em termos de competências valorizadas, damos preferência a Tradutores com formação em Tradução e que façam desta actividade um modo de vida (não tivemos, no passado, boas experiências com tradutores de ocasião ou que praticam a actividade como suplemento de outra). Obviamente, têm de ser Native Speakers, isto é, traduzir só para a(s) sua(s) língua(s) materna(s).
Em termos de empregabilidade, receio não ter receitas mágicas. Voltaria apenas a insistir num ponto: a formação de Intérpretes precisa de ser sistematizada, se possível ao nível da Licenciatura (porque não voltar às Licenciaturas de Tradutores-Intérpretes?) e de Pós-graduações (no caso da Interpretação de Conferência. Existe apenas uma pós-graduação a nível nacional que prepara Intérpretes para trabalhar nas Instituições Europeias, em colaboração com o SCIC ou, mais recentemente, a DG Interpretação. Esta realidade é bem diferente da prática da Interpretação a nível nacional. Há que pensar nisto.)
Uma pós-graduação ao nível do Mestrado em Tradução Jurídica também seria bem-vinda. À semelhança do que se passa em experiências além-fronteiras, seria desejável que uma formação pós-graduada deste género pudesse aliar a teoria jurídica à prática da Tradução Jurídica, e que o corpo de docentes pudesse ser constituído tanto por Juristas com uma sólida visão multilinguística, como por Tradutores com uma sólida visão jurídica e, sobretudo, prática!
Finalmente, gostaria de realçar a importância dos Estágios Académicos e Pro
fissionais. Esta primeira experiência de trabalho é importante para definir prioridades e, se possível, uma área de especialização. Um estágio académico integrado no curso, com supervisão adequada, é indispensável. Para complementar, um estágio no estrangeiro também pode ser um bom complemento.
Temos tido experiências muito gratificantes de acolhimento de estagiários estrangeiros através dos Programas Comunitários Leonardo da Vinci, Erasmus e Erasmus for Young Entrepreneurs. A nível nacional, já acolhemos futuros Tradutores da Faculdade de Letras do Porto, do Instituto Politécnico de Leiria, do Pólo de Viseu da Universidade Católica Portuguesa, da Faculdade de Letras de Coimbra e do DLC da Universidade de Aveiro. Aliás, uma das N/ colaboradores efectivas foi/é aluna desta Universidade e N/ Estagiária.
Finalmente, resta-me sugerir-vos persistência, trabalho e rigor, e desejar-vos boa sorte!
Estou à V/ inteira disposição para quaisquer perguntas que queiram colocar.

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